Questão de ser.

Eu sempre gostei de coisas simples; Tudo que desse um ar de coisa intima, sem nada extravagante e que não chamasse muita atenção. Nunca gostei de lugares que exigissem muita postura ou classe, aqueles onde eu pudesse me sentir a vontade já era o suficiente. Talvez esse seja um dos principais motivos por ama-lo tanto.

09/03/2016 - Salvei essa data no meu coração, a eternizei em fotos e durante algumas horas desse dia eu as vivi. Foi o tipo de dia que quero contar para os meus filhos, meus netos e bisnetos. Eles entenderão que ser feliz é questão de ser e não ter.

O dia estava quente, um sol tipico do interior, daqueles de queimar a pele, mas, logo pela manhã o vi (ah como eu gostaria que a sua imagem na minha frente fosse a primeira coisa que eu visse todos os dias). Tive a oportunidade de viver junto dele o seu sonho, que já não era só seu, era nosso. Seu sorriso era involuntário, seus olhos brilhavam. Como sempre, ele não conseguia ficar parado, coração acelerado, acho que era para combinar com música que tocava em volume alto. Ele não sentava, não ficava quieto, como de costume? Não, hoje era puramente felicidade.

A tarde permanecia quente. Enquanto andávamos de mãos dadas debaixo do sol eu tentava controlar a vontade em mim de gritar como ele me fazia feliz. Ele passou mal, meu coração disparou, sua cor aos poucos foi voltando e seu rosto voltando a ter aquele sorriso, o meu sorriso preferido.
Eu não sabia, mas ele havia pensado em tudo e certamente acho que Ele combinou tudo com Deus, porquê tanta perfeição e exatidão, mãos humanas, nem a dele, por mais esforço que fizesse, daria conta de tanto. Lá na frente, enquanto tudo estava debaixo do sol, inclusive a gente, uma árvore com uma sombra invejável. Parecia que Deus havia deixado uma placa "RESERVADO - Você e Ele".

Ele com toda a simplicidade que existe em todo aquele coração e alma, começa a tirar da mochila um lençol. Ele estende no chão, arruma as gordices que havia trago pra nós. Então, eramos em um lençol, várias gordices, uma sombra, eu, ele e uma vista que nos fazia viajar dentro de nós mesmos.

Sim, estou sorrindo enquanto escrevo, eu eternizei em mim essa memória. Durante aquelas horas eu exalava felicidade e amor. Ele levou Nutella - o que eu acho uma tremenda apelação, ele sabe que amo Nutella - e fez questão de passar no meu rosto. Gargalhou feito criança, e eu feito adulta, nem consegui chamar sua atenção tamanha era sua felicidade.

Guardamos tudo e deitamos, aquela sombra ainda nos favorecia em tudo, aquela vista complementava a paz que ele me trás e o peito dele me fazia ouvir o som do coração que agora batia mais lentamente, em sinal de calmaria, era o coração dele me dizendo "com você eu tenho paz, minha menina."
Não demorou muito e pegamos no sono, ele de um lado e eu do outro. Parecíamos dois jogados, mas como já dizia aquela frase "aqueles que dançavam foram chamados de loucos por aqueles que não conseguiam ouvir a música."

Abrimos os olhos, nos deparamos ainda um com o outro e a nossa frente a mais bela imagem produzida pelo Pai para nós. A cada brisa que batia em nosso rosto eu sentia um pouco mais de que não estávamos sozinhos, sim, Ele também estava lá.

Já era hora de ir, o coração apertou, a incrível sensação que sentia enquanto estávamos juntos dava espaço ao incômodo quando ele ia embora. Ele me deu o último beijo do dia, dessa vez como quem dizia "ei moça, eu queria ficar mas prometo nunca ir embora."
E então o fim do dia veio, virei as costas sorrindo pois sabia que ainda que ele estivesse indo naquele instante ele nunca me deixaria.

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